Um copy and paste de valor. Quem manda eu ver coisas legais ao meu redor.
Escrito por Katia Pessanha (uma das pessoas mais sensacionais que conheço).
Adoro abraços.
Não tanto dos abraços de lado, disfarçados, mais para tapinhas nas costas que abraços.
Gosto de abraços inteiros, coração com coração, desejo de felicidade circulando direto entre duas pessoas.
Mas, também aceito os abraços de lado. O que fazer se em alguns casos o abraço inteiro não é possível?
Minha felicidade é diretamente proporcional à quantidade e qualidade dos abraços recebidos.
Se passo algum tempo com poucos ou nenhum abraço vou murchando, murchando como se a bateria fosse se descarregando.
Quando viajo e me encontro com culturas diferentes onde o abraço não é tão praticado, respeito as pessoas no momento do encontro cumprimentando-as com um aperto de mão.
Mas, se na despedida eu tiver simpatizado com elas e elas comigo, roubo-lhes logo um abraço e juro que nunca fui rejeitada ou perdi um contato, uma amizade ou um negócio por causa de abraços.
Pelo contrário, ganhei muitos amigos, criei, ampliei e depois preservei meus laços com o mundo através dos abraços.
Estava numa fila para ter um livro autografado quando notei que o autor estrangeiro, um conhecido mestre da auto-cura, estava murchando de tanta gente lhe contando seus problemas de saúde e lhe pedindo ajuda.
Cortei a fila, esperei uma brechinha e lhe disse:
- Acho que você precisa de um abraço, quer?
Ele aceitou de bom grado, eu voltei para o fim da fila e na minha vez trocamos outro abraço.
Aprendi a abraçar com meus pais, uns “abraçadores” de primeira.
Há alguns anos, depois de passar por uma crise em seu casamento, meu pai me contou um segredo que eu compartilho aqui:
- Descobri a fórmula para ser feliz com sua mãe. Troco um abraço forte com ela todas as vezes em que eu chego ou saio de casa. Neste abraço limpamos todas as mágoas, apagamos quaisquer palavras duras que tivermos trocado, reafirmamos nosso amor, refazemos nossa promessa de vida em comum.
Não é um mestre?
Não gosto de situações onde existam tantas pessoas que eu não posso abraçar a todas: festas muito grandes, cidades ou empresas impessoais. Não falo do abraço gratuito, gesto formal substituindo o aperto de mãos não. Falo de relações que me inspirem a abraçar, falo de comunidades que existem dentro de famílias, festas, cidades e empresas.
É isso! “Comunidade é um grupo de pessoas que trocam abraços sinceros”.
Não se trata de abraçar o mundo, mas se suas relações de afeto forem se ampliando, você em breve estará abraçando todo o seu mundo, todas as pessoas das comunidades das quais faça parte.
Meus abraços prediletos são os do reencontro.
É tão bom quando a gente revê uma pessoa querida e na surpresa do reencontro troca aquele abraço comemorativo como se o corpo inteiro estivesse suspirando de alegria!
Quantas vezes eu já não troquei abraços múltiplos porque a alegria era tamanha que um abraço só não a comportava!
Humm...
De abraços de despedida não sei se gosto.
Eles são inevitáveis. Ante a perspectiva da separação a gente tenta deixar com o outro um pouquinho de si e tenta levar um pouco do outro dentro do nosso coração.
Aí, as vezes dói, mas o importante nessas horas é manter a essência do abraço: deixar com o outro só o desejo de felicidade e levar consigo apenas o mesmo desejo. Só isso, nada mais, nem nada menos porque, afinal, não é essa a essência do amor?
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